Seg 18 Out 2021 - Seg 15 Nov 2021
Autores espinhenses | Luís Pignatelli - "Galáxias"

Descrição do Evento

Na rubrica mensal, Autores Espinhenses, pretendemos dar a conhecer autores que nasceram, viveram ou ainda vivem em Espinho e que contribuíram para o desenvolvimento literário e cultural do concelho. Este mês a seleção incide no poeta Luís Oliveira de Andrade.
O poeta Luís Oliveira de Andrade, conhecido por Luís Pignatelli, nasceu em Espinho a 1 de janeiro de 1935 e faleceu em Lisboa a 20 de dezembro de 1993. Em Espinho fez a sua instrução primária e frequentou também o ensino liceal.
Foi na revista "Bandarra” que se estreou aos 18 anos com o poema "Aguarela”, assinando Luís de Andrade. Nesta revista, publicada entre 1953 e 1964, continuou a colaborar até fixar residência em Coimbra. Nesta cidade a sua poesia continuou a emergir, sempre marcada por um lirismo tradicional. Contudo, na publicação "A Voz e o Tempo” (1958) e na revista Vértice, colaborou com alguns poemas de "teor neorrealista”.
Numa breve passagem por Moçambique, na década de 60, exerceu a função de jornalista na "Tribuna” de Lourenço Marques. No regresso a Coimbra desempenhou funções na Câmara Municipal e foi colaborador na imprensa coimbrã como crítico de música e de artes plásticas.
A sua relação de amizade com José Afonso levou-o a contactar com outros nomes da cultura portuguesa contemporânea, tais como, Herberto Hélder, Adriano Correia de Oliveira, António Quadros ou Manuel Alegre.
Em 1965, quando passou a residir em Lisboa, privou com outros "vultos” da literatura portuguesa como José Cardoso Pires, Luiz Pacheco, Mário Cesariny, António Alçada Batista e Alexandre O’Neill, etc. A sua paixão pela escrita ficou demonstrada nos diferentes suplementos literários em que colaborou, por vezes com o pseudónimo de Athayde de Andrade.
Em 1979, ingressa no elenco do filme "A Culpa” de António Victorino de Almeida, desempenhando o papel de um pide.
A sua obra poética (de 1953 a 1993) está reunida numa publicação da editora &etc., da responsabilidade de Zetho Cunha Gonçalves.
Deste autor nascido em Espinho encontramos alguns poemas que foram musicados por José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e pelos irmãos Vitorino e Janita Salomé.
O poeta Luís Pignatelli encontra-se também representado em diversas antologias de poesia publicadas em Portugal. Contudo, no ano de 1973, publicou o seu único livro "Galáxias” no Círculo de Poesia, da Moraes Editores. Esta sua obra foi considerada por Maria Teresa Horta como "um dos mais belos livros de poesia editados durante o ano de 1973".
Segundo nota biográfica de Zetho Cunha Gonçalves, Luís Pignatelli trabalhou nos últimos anos da sua vida como tradutor e revisor literário, atividade que desenvolveu um pouco a "contragosto”.
Enquanto tradutor o seu nome está associado a vários autores, tais como, Bruno Zevi, Ana Freud, Juan Carlos Onetti, o volume Tempo das Revoluções da "História Universal Larousse" e "A Casa das Belas Adormecidas", de Kawabata. Na poesia, a função de tradutor, também é passível de ser encontrada em diferentes obras, como são o exemplo as "Odes Elementares” e os "Plenos poderes” de Pablo Neruda.

Bibliografia:

BOUÇON, Armando, COSTA, Luís –” Edgar Carneiro; Luís Pignatelli; Manuel Dias; Alberto Baptista”. Coord. Mário Augusto. Espinho cultural: teatro, literatura e artes Cadernos de Espinho. [Espinho]: Ideias e Conteúdos-Produções em Comunicação. Vol. 8 (2021), p.90

A nossa rádio: ouvintes da rádio pública com opinião [Em linha]. [Consult. 11 de out. 2021]. Disponível na Internet: A Nossa Rádio...: Celebrando Luís Pignatelli (nossaradio.blogspot.com)